terça-feira, 4 de outubro de 2011

Momento histórico: o capitalismo é questionado no seu centro.

Diz o cartaz: "Ninguém é mais irremediavelmente escravizado do que aqueles que falsamente acreditam que são livres." Goethe

Quando da queda do muro de Berlim, há duas décadas, ideólogos burgueses decretaram cinicamente o "fim da História", afirmando que o capitalismo e a sua "democracia" representativa seriam eternos e imutáveis. Desde então, apesar do capitalismo (com suas relações de propriedade e sua ideologia) terem se expandido de forma a dominar praticamente a totalidade do planeta, de tempos em tempos a História tem dado mostras contundentes de que ainda está bastante viva, apontando de forma implacável as inúmeras rachaduras e falhas estruturais que tendem a pôr abaixo o edifício do capital, junto com as esperanças dos que pretendem perpetuar a submissão humana ao mercado e à lógica do lucro. Nesse sentido, poucos acontecimentos foram tão contundentes quanto o que vem ocorrendo há semanas em Nova York, mais precisamente nas imediações de Wall Street, o coração do sistema financeiro estadunidense (ou seja, o coração do sistema capitalista internacional), onde uma gigantesca onda de passeatas convocada via internet por grupos anti-capitalistas ousa questionar a ganância corporativa, a desigualdade crônica, os privilégios dos grandes banqueiros e capitalistas e a corrupção do sistema político representativo como um todo. O movimento apenas ganhou força e notoriedade por conta da reação truculenta da polícia nova-iorquina, que vem usando violência excessiva contra os manifestantes: só no domingo, cerca de 700 ativistas foram presos de uma vez. Como resposta, movimentos semelhantes já começam a se erguer por diversas cidades do país, todos com o mesmo intuito de repudiar a ordem político-econômica vigente.






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