terça-feira, 6 de março de 2012

Serra e PSDB: um filme de terror

Em entrevista para a TV essa semana, o tucano e eterno candidato derrotado José Serra demonstrou uma ignorância do tamanho do Brasil ao chamar nosso país, com todas as letras, de "República dos Estados Unidos do Brasil". Marca de uma antiga submissão ideológica assumida e escancarada ao Império estadunidense, este já não é mais o nome oficial do nosso país desde 1967. Perdido no tempo, Serra fica surpreso ao ser corrigido pelo entrevistador, o seu amigo do peito Boris Casoy (pelo menos o nome do país o Boris sabe!)...


O pior é que essa não é a primeira gafe tucana que tristemente vem a demonstrar que, mesmo quando fala de Brasil, a turma do PSDB parece estar com a cabeça em outro país bem mais ao norte, talvez o mesmo que, desde as privatarias de FHC, eles sonham ver anexar o Brasil...


Em 2009, durante seminário nacional do partido sobre educação (!!), os tucanos distribuíram adesivos com a frase "PSDB a favor do Brazil" (assim mesmo, com Z, do jeito que os gringos escrevem!). Nota-se na foto ao lado que, para essa tucana aí, não basta o adesivo. Até a camisa tem que ter Brasil com Z! E quem se esquece daquela do FHC mudar o nome da Petrobras pra PetroBrax (!?), sob o objetivo confesso "de dissociar a empresa da imagem do Brasil"? Depois dessas e outras, a direita demo-tucanalha ainda não gosta quando os chamam de entreguistas...

De fato, Serra e o PSDB se merecem. Recentemente, tornou-se famoso o vídeo em que uma correligionária tucana (pobrezinha..) lançava a público duros ataques contra Serra, denunciando que este, em conluio com os caciques do partido, vem tramando um golpe interno para poder ser candidato à prefeitura paulistana sem precisar passar pelas prévias do PSDB.

 
Essa é a contradição fatal a qual a direita não consegue se desvencilhar: como um partido que sequer possui democracia interna tem a cara de pau de querer governar prefeituras e até a presidência de um país que aspira a ser democrático? Como seria o Brasil se essa turma tivesse, a nível nacional, o mesmo poder que tem em seu curral eleitoral (o Estado de São Paulo), onde seu desmando e autoritarismo é tanto que eles chegam a interferir na liberdade de imprensa, censurando e até demitindo jornalistas? Quem não se lembra do caso de Heródoto Barbeiro, demitido da TV Cultura pelo próprio Serra após criticar o tucano ao vivo? E do caso da colunista do Estado de S.Paulo, Maria Rita Kehl, "demitida" do jornalão apenas por dizer aquilo que pensava? Ironicamente, sua coluna no jornal foi substituída pela da "dissidente" mais livre e bem-paga do mundo, a cubana Yoani Sánchez, aquela mesma que, segundo os jornalões e a própria camarilha demo-tucana, seria "censurada" e "perseguida" no seu país... Hipocrisias à parte, censura e violações dos direitos humanos têm sido cada vez mais a marca do PSDB em São Paulo (ou vamos nos esquecer do caso do Pinheirinho?).

Com mais essa e outras tantas pixotadas, trágicas demais para serem cômicas, fica a pergunta: com  essa espiral descendente de sucessivas derrotas, crise interna e de identidade e desespero autoritário que o fenômeno petista-populista impôs à velha direita tupiniquim, qual o futuro desta? Melhor perguntando, será que ao menos os demo-tucanalhas terão futuro?

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