Reação desproporcional. Violação flagrante do Direito Internacional. Autoritarismo extremo. Terrorismo de Estado. São alguns dos adjetivos que autoridades e chefes de Estado do mundo inteiro usaram hoje para descrever o odioso ataque do Exército israelense contra a frota de navios de ajuda humanitária que se dirigia aos territórios palestinos ocupados.
Mais do que um crime, a ação israelense explicitou a um mundo perplexo toda a bestialidade da guerra genocida do regime israelense contra o povo palestino. Como se não bastassem os anos de completo bloqueio israelense ao território palestino da Faixa de Gaza (algo que por si só já caracteriza crime de guerra perante as leis internacionais), agora o regime de Tel Aviv chega ao ponto de atacar, em águas internacionais, navios de ajuda humanitária que buscavam levar suprimentos a uma das regiões mais isoladas, bombardeadas e empobrecidas do planeta. Eram civis os integrantes da frota, desarmados, muitos deles atacados a tiros pelas tropas israelenses mesmo depois de se renderem, com o saldo trágico de pelo menos uma dezena de ativistas mortos. O “argumento” de Israel, aquele de sempre, de que agiu apenas “se defendendo” de “terroristas tencionando espalhar o ódio na região”, dessa vez não enganou ninguém. Apenas escancarou ainda mais perante o mundo a brutalidade do regime de Israel, sua insensibilidade perante a tragédia humanitária que impõe à Faixa de Gaza, sua determinação de não acatar a quaisquer leis internacionais e impor unilateralmente a sua vontade, sempre visando impedir, pelo uso da violência desmedida, a criação de uma Nação palestina livre e soberana.
Toda essa truculência de Israel apenas reforçou o isolamento internacional do país, algo que infelizmente pouco os afeta. Pois seu grande benfeitor, o governo dos Estados Unidos, tem poder suficiente para manter seu pequeno e belicoso aliado acima de qualquer lei. Tem poder para permitir que seu principal amigo no Oriente Médio seja o único país da região a possuir bombas atômicas, não apenas sem ser minimamente incomodado por isso, como ainda por cima desvia as “condenações” exclusivamente sobre o programa nuclear iraniano. Assim, no mesmo dia em que o “ocidente” reforça suas “preocupações” sobre o urânio de Teerã (mesmo que se saiba que a tecnologia do Irã está longe de permitir a criação de armas), ninguém se importa quando o regime israelense, do alto de sua pilha de armas de destruição em massa, declara-se totalmente contrário ao desarmamento nuclear - isso justamente quando o restante do mundo discute e implementa a não-proliferação e a redução dos arsenais atômicos...
Até quando os crimes do sionismo contra o povo palestino permanecerão impunes? Até quando os Estados Unidos irão patrocinar, apoiar e nutrir esse pequeno Estado-pária, recordista mundial de violações das leis internacionais e dos direitos humanos? Até quando haverá aqueles que não se convencem de que a opressão israelense ao povo palestino é o apartheid do século 21? Quando Israel e Estados Unidos vão admitir que é essa sua brutalidade o combustível principal do terrorismo fundamentalista, do Hamas à Al-Qaeda, do Oriente Médio até as torres gêmeas de Nova Iorque? E a pergunta mais importante: quando os judeus de Israel e de todo o mundo vão perceber que estão a tratar os palestinos e todos que os opõem da mesma forma que Hitler os tratou?
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