"Chegará o dia em que o nosso silêncio será mais poderoso do que as vozes que hoje vocês estrangulam."
Monumento aos trabalhadores mártires de Chicago (1886)
Monumento aos trabalhadores mártires de Chicago (1886)
Existe uma piada um tanto conhecida sobre o Primeiro de Maio que diz o seguinte: “Sabe por que existe o dia do Trabalho? Porque os outros 364 dias do ano são do Capital”. Longe de querer-se depreciar essa importante data, pretende-se aqui apenas atentar para uma importante divisão acerca do Primeiro de Maio, entre o que ele deve representar e o que ele porém muitas vezes acaba por representar.
Proclamado pela II Internacional em 1889, três anos após o massacre de uma manifestação de trabalhadores em Chicago (EUA) em favor da jornada de oito horas, o Dia Internacional do Trabalho em primeiro lugar precisa deixar de ser entendido como um dia “do trabalhador”; tal distinção não se trata de um simples capricho lingüístico, pois a expressão “trabalhador” abre a possibilidade de que segmentos das classes capitalistas também reivindiquem a data para si, sob o argumento de que “patrões também trabalham”. É aí que entra o ponto principal daquilo que o Primeiro de Maio é e jamais pode deixar de ser: o dia das classes trabalhadoras e somente delas, entendendo-se aqui “classe trabalhadora” como qualquer classe que não possui outra fonte de renda senão a venda de sua própria força de trabalho. O Primeiro de Maio jamais deve ser um “dia de todos os (sic) trabalhadores”, como a visão fascista-corporativista de uma pretensa “conciliação entre as classes capitalistas e trabalhadoras” tenta impor desde que se tornou impossível proibir e reprimir a comemoração da data. Precisa ser o dia dos (verdadeiros) trabalhadores de todo o mundo, e para isso o Primeiro de Maio deve seguir firmemente seus objetivos originais de 120 anos atrás: deve reverenciar a memória de tantas gerações de trabalhadores que lutaram por sua classe e morreram por não se render aos inimigos desta; deve reforçar a identidade de classe e realizar a confraternização entre os trabalhadores de diferentes classes (operários, camponeses sem-terra, médicos, professores, policiais, soldados, comerciários, etc.); deve servir como dia de descanso destes e de festejo das conquistas dos seus movimentos laborais; e acima de tudo, o Primeiro de Maio precisa ser dia de lutar por novas conquistas trabalhistas, incluindo aí a mais importante delas: a conquista do socialismo, ou seja, a supressão definitiva do capitalismo e de todas as classes dominantes (sejam elas “burguesas” ou “burocratas”), com a conseqüente libertação da Humanidade pelo nascimento de uma nova sociedade sem Estado nem classes sociais, uma sociedade autenticamente democrática, livre e igualitária.
Longe de ser “antiquada” ou “radical demais”, a atualidade e até a urgência de tal visão classista (portanto anti-conciliatória) do Primeiro de Maio se torna mais visível nos nossos dias, quando o capitalismo (pra variar) em crise busca fazer mais uma vez os trabalhadores “pagarem o pato”, ou quando se vê que a Crise Ambiental, produto da essência predatória do capitalismo, torna-se a cada dia que passa uma ameaça real à vida no nosso planeta. Haverão certamente neste dia aqueles que, como sempre houveram, tentarão desviar o foco principal de tão importante data, buscando frear e controlar a radicalidade em potencial desta em benefício de seus próprios interesses egoístas. Políticos e determinados partidos “trabalhistas” e “socialistas”, aí incluídos um certo partido auto-intitulado “comunista” e outro dito “dos trabalhadores” (sintomático aliás que este se considere dos ‘trabalhadores’ e não do Trabalho), bem como sindicatos “pelegos” como a CUT e a Força Sindical, buscarão fazer da data um gigantesco e alienador showmício, como se assim fosse possível esconder a triste realidade a que os trabalhadores se encontram submetidos no mundo capitalista. Sob o controle desses verdadeiros representantes do Capital perante as classes trabalhadoras, isso é o que o Primeiro de Maio tem sido freqüentemente: um Dia do Capital disfarçado! Contra o desvio oportunista desses traidores de classe, somente através da luta consciente e politizada será possível trazer o Primeiro de Maio de volta ao seu dono legítimo – o Trabalho.
Aos que no entanto adotam uma visão “centrista” sobre o assunto, minimizando a importância de tal data, vale lembrar a importância que os próprios capitalistas sempre deram ao dia de sua supra-classe antagônica, sempre é claro buscando confundir, conciliar e cooptar. Assim, não é de se surpreender que o Primeiro de Maio tenha se tornado data oficial em inúmeros países capitalistas imediatamente após a Revolução Russa; ou que o Primeiro de Maio tenha sido instituído oficialmente na Alemanha e no Brasil justamente pelas ditaduras nazista de Hitler e fascista de Getúlio Vargas; ou ainda que, em tempos mais recentes, o Primeiro de Maio tenha sido oficialmente abolido na Polônia, logo depois da destruição do socialismo naquele país. Por isso tudo, fica o chamado: trabalhador, comemore e festeje sim o seu dia, mas não fique só nisso. Lute para que não somente o Primeiro de Maio, mas também todos os demais dias do ano, passem a ser somente seus e de mais ninguém!
Proclamado pela II Internacional em 1889, três anos após o massacre de uma manifestação de trabalhadores em Chicago (EUA) em favor da jornada de oito horas, o Dia Internacional do Trabalho em primeiro lugar precisa deixar de ser entendido como um dia “do trabalhador”; tal distinção não se trata de um simples capricho lingüístico, pois a expressão “trabalhador” abre a possibilidade de que segmentos das classes capitalistas também reivindiquem a data para si, sob o argumento de que “patrões também trabalham”. É aí que entra o ponto principal daquilo que o Primeiro de Maio é e jamais pode deixar de ser: o dia das classes trabalhadoras e somente delas, entendendo-se aqui “classe trabalhadora” como qualquer classe que não possui outra fonte de renda senão a venda de sua própria força de trabalho. O Primeiro de Maio jamais deve ser um “dia de todos os (sic) trabalhadores”, como a visão fascista-corporativista de uma pretensa “conciliação entre as classes capitalistas e trabalhadoras” tenta impor desde que se tornou impossível proibir e reprimir a comemoração da data. Precisa ser o dia dos (verdadeiros) trabalhadores de todo o mundo, e para isso o Primeiro de Maio deve seguir firmemente seus objetivos originais de 120 anos atrás: deve reverenciar a memória de tantas gerações de trabalhadores que lutaram por sua classe e morreram por não se render aos inimigos desta; deve reforçar a identidade de classe e realizar a confraternização entre os trabalhadores de diferentes classes (operários, camponeses sem-terra, médicos, professores, policiais, soldados, comerciários, etc.); deve servir como dia de descanso destes e de festejo das conquistas dos seus movimentos laborais; e acima de tudo, o Primeiro de Maio precisa ser dia de lutar por novas conquistas trabalhistas, incluindo aí a mais importante delas: a conquista do socialismo, ou seja, a supressão definitiva do capitalismo e de todas as classes dominantes (sejam elas “burguesas” ou “burocratas”), com a conseqüente libertação da Humanidade pelo nascimento de uma nova sociedade sem Estado nem classes sociais, uma sociedade autenticamente democrática, livre e igualitária.
Longe de ser “antiquada” ou “radical demais”, a atualidade e até a urgência de tal visão classista (portanto anti-conciliatória) do Primeiro de Maio se torna mais visível nos nossos dias, quando o capitalismo (pra variar) em crise busca fazer mais uma vez os trabalhadores “pagarem o pato”, ou quando se vê que a Crise Ambiental, produto da essência predatória do capitalismo, torna-se a cada dia que passa uma ameaça real à vida no nosso planeta. Haverão certamente neste dia aqueles que, como sempre houveram, tentarão desviar o foco principal de tão importante data, buscando frear e controlar a radicalidade em potencial desta em benefício de seus próprios interesses egoístas. Políticos e determinados partidos “trabalhistas” e “socialistas”, aí incluídos um certo partido auto-intitulado “comunista” e outro dito “dos trabalhadores” (sintomático aliás que este se considere dos ‘trabalhadores’ e não do Trabalho), bem como sindicatos “pelegos” como a CUT e a Força Sindical, buscarão fazer da data um gigantesco e alienador showmício, como se assim fosse possível esconder a triste realidade a que os trabalhadores se encontram submetidos no mundo capitalista. Sob o controle desses verdadeiros representantes do Capital perante as classes trabalhadoras, isso é o que o Primeiro de Maio tem sido freqüentemente: um Dia do Capital disfarçado! Contra o desvio oportunista desses traidores de classe, somente através da luta consciente e politizada será possível trazer o Primeiro de Maio de volta ao seu dono legítimo – o Trabalho.
Aos que no entanto adotam uma visão “centrista” sobre o assunto, minimizando a importância de tal data, vale lembrar a importância que os próprios capitalistas sempre deram ao dia de sua supra-classe antagônica, sempre é claro buscando confundir, conciliar e cooptar. Assim, não é de se surpreender que o Primeiro de Maio tenha se tornado data oficial em inúmeros países capitalistas imediatamente após a Revolução Russa; ou que o Primeiro de Maio tenha sido instituído oficialmente na Alemanha e no Brasil justamente pelas ditaduras nazista de Hitler e fascista de Getúlio Vargas; ou ainda que, em tempos mais recentes, o Primeiro de Maio tenha sido oficialmente abolido na Polônia, logo depois da destruição do socialismo naquele país. Por isso tudo, fica o chamado: trabalhador, comemore e festeje sim o seu dia, mas não fique só nisso. Lute para que não somente o Primeiro de Maio, mas também todos os demais dias do ano, passem a ser somente seus e de mais ninguém!
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