Há exatos vinte anos, em uma data histórica para a Humanidade, o líder negro Nelson Mandela era libertado da prisão, marcando o começo do fim do apartheid, o odioso regime de segregação racial que submeteu o povo negro da África do Sul, dentro de sua própria terra-mãe, à opressão da minoria branca de origem européia. Hoje, não há no mundo quem não tenha admiração por Mandela e pela justeza da sua luta, e tampouco há quem não sinta repulsa pelo falecido apartheid. Mas nem sempre foi assim.
Poucos lembram hoje em dia que, há vinte anos atrás, governos e elites dos EUA e do chamado “ocidente” apoiavam o regime do apartheid de forma ora velada, ora escancarada, tratando-o como um importante aliado “na defesa da liberdade e da democracia” na África; poucos lembram também que o regime norte-americano, que hoje rende louvores a Mandela, o tachava naqueles tempos de “perigoso terrorista”. E menos pessoas ainda lembram que, naqueles tempos, os mais firmes aliados na luta do povo sul-africano contra o regime de segregação racial foram justamente as “terríveis ditaduras” do mundo socialista, em especial Cuba, União Soviética, Angola e Moçambique, que na contramão do chamado “mundo livre”, lutaram de forma implacável para isolar o regime sul-africano perante a comunidade internacional, inclusive pagando com o sangue de seus povos para conter o expansionismo militar do apartheid na África meridional. Mandela jamais deixou de agradecer aos “terríveis comunistas” pelo inestimável apoio destes à liberdade de seu povo, inclusive chamando Fidel Castro de “irmão”.
Nada disso surpreende. A história do apartheid foi a mesma da Guerra Fria, ou seja, foi a história da resistência heróica de povos inteiros contra o poder inescrupuloso do capital transnacional. De início uma luta de classes localizada dos negros pobres da África do Sul contra a opressão de uma elite branca genuinamente fascista, o conflito se proliferou pelo resto da região quando os EUA viram na elite afrikaaner o aliado ideal para apoiar a expansão de suas transnacionais e combater o “perigo vermelho” na África subsaariana – principalmente após a descolonização da antiga África portuguesa e a posterior guinada de Angola e Moçambique para o campo socialista. Assim, o apoio da auto-intitulada “maior democracia do mundo” foi importante não somente para a sobrevivência do apartheid como também estimulou o expansionismo imperialista do regime fascista sul-africano na região. Por todo o século XX, países como Angola, Botsuana, Zimbábue e Namíbia sofreram invasões, agressões e ataques terroristas promovidos pela elite branca capitalista sul-africana, que a exemplo da norte-americana, ambicionava roubar para si o petróleo, o ouro e o diamante de outros povos e submetê-los à completa exploração, tal como já faziam com o próprio povo sul-africano. Porém, tudo mudou com o fim da Guerra Fria e do “perigo vermelho”, tornando o apoio ao apartheid pelos governos do ocidente não somente insustentável como também desnecessário. Completamente isolada, a racista elite branca afrikaaner se viu obrigada a capitular, e o resto da história já se conhece.
Estes são os fatos da cumplicidade do capitalismo com os crimes do apartheid, que passados vinte anos, os donos do capital ainda tentam em vão apagar. Resta saber quando o ocidente “livre e democrático” e seu capitalismo irão pagar sua dívida para com os povos da África subsaariana, ou ao menos prestar contas de seu legado racista e opressor perante a História.
Poucos lembram hoje em dia que, há vinte anos atrás, governos e elites dos EUA e do chamado “ocidente” apoiavam o regime do apartheid de forma ora velada, ora escancarada, tratando-o como um importante aliado “na defesa da liberdade e da democracia” na África; poucos lembram também que o regime norte-americano, que hoje rende louvores a Mandela, o tachava naqueles tempos de “perigoso terrorista”. E menos pessoas ainda lembram que, naqueles tempos, os mais firmes aliados na luta do povo sul-africano contra o regime de segregação racial foram justamente as “terríveis ditaduras” do mundo socialista, em especial Cuba, União Soviética, Angola e Moçambique, que na contramão do chamado “mundo livre”, lutaram de forma implacável para isolar o regime sul-africano perante a comunidade internacional, inclusive pagando com o sangue de seus povos para conter o expansionismo militar do apartheid na África meridional. Mandela jamais deixou de agradecer aos “terríveis comunistas” pelo inestimável apoio destes à liberdade de seu povo, inclusive chamando Fidel Castro de “irmão”.
Nada disso surpreende. A história do apartheid foi a mesma da Guerra Fria, ou seja, foi a história da resistência heróica de povos inteiros contra o poder inescrupuloso do capital transnacional. De início uma luta de classes localizada dos negros pobres da África do Sul contra a opressão de uma elite branca genuinamente fascista, o conflito se proliferou pelo resto da região quando os EUA viram na elite afrikaaner o aliado ideal para apoiar a expansão de suas transnacionais e combater o “perigo vermelho” na África subsaariana – principalmente após a descolonização da antiga África portuguesa e a posterior guinada de Angola e Moçambique para o campo socialista. Assim, o apoio da auto-intitulada “maior democracia do mundo” foi importante não somente para a sobrevivência do apartheid como também estimulou o expansionismo imperialista do regime fascista sul-africano na região. Por todo o século XX, países como Angola, Botsuana, Zimbábue e Namíbia sofreram invasões, agressões e ataques terroristas promovidos pela elite branca capitalista sul-africana, que a exemplo da norte-americana, ambicionava roubar para si o petróleo, o ouro e o diamante de outros povos e submetê-los à completa exploração, tal como já faziam com o próprio povo sul-africano. Porém, tudo mudou com o fim da Guerra Fria e do “perigo vermelho”, tornando o apoio ao apartheid pelos governos do ocidente não somente insustentável como também desnecessário. Completamente isolada, a racista elite branca afrikaaner se viu obrigada a capitular, e o resto da história já se conhece.
Estes são os fatos da cumplicidade do capitalismo com os crimes do apartheid, que passados vinte anos, os donos do capital ainda tentam em vão apagar. Resta saber quando o ocidente “livre e democrático” e seu capitalismo irão pagar sua dívida para com os povos da África subsaariana, ou ao menos prestar contas de seu legado racista e opressor perante a História.
Um comentário:
os "heroicos" donos do capital tem alergia à verdade
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