A Coréia do Norte é, para todos os efeitos, um regime totalitário da pior espécie. Uma caricatura grotesca do comunismo que foi capaz de abolir o marxismo-leninismo em favor de uma filosofia de Estado própria, a chamada Doutrina Juche – um conjunto de dogmas criados pelo fundador do país, o autocrata Kim Il-sung, que entre outras coisas prega o completo isolamento e a busca pela auto-suficiência do pequeno país asiático e estabelece um calendário “alternativo” cujo ano um inicia justamente na data de nascimento do “grande líder”... Atualmente, a Coréia do Norte é uma nação extremamente pobre e atrasada, com uma economia em frangalhos por conta do inflexível e absoluto controle estatal. Trata-se de um país que depende largamente de ajuda humanitária para impedir que seu povo morra de fome, uma “monarquia vermelha” governada atualmente pelo filho do “grande líder”, o excêntrico autocrata Kim Jong-il, que a exemplo do seu pai, manteve o país sob estrito controle de um Estado stalinista com uma compulsão paranóica por controlar cada aspecto da vida de seus cidadãos.
Porém, por incrível que pareça, mesmo um regime como o norte-coreano é capaz de proporcionar exemplos democráticos que não se vêem em quaisquer das ditas “democracias” ocidentais...
Tudo começou quando o governo norte-coreano decidiu realizar reformas no seu sistema monetário, visando “abolir” as relações de mercado e ceifar pequenas fortunas particulares obtidas com o comércio. O pacote econômico se revelou um desastre, agravando a crise do abastecimento e provocando enorme descontentamento popular. Como resultado, o primeiro-ministro do país convocou, semana passada, uma reunião com milhares de representantes dos inminban (ou “brigadas populares”). Cada inminban serve como uma espécie de conselho de base local, composto basicamente por 20 a 40 famílias, servindo em geral como mecanismo de fiscalização do povo e correia transmissora dos desejos do regime. Porém, dessa vez algo de diferente se viu. Surpreendentemente, o primeiro-ministro anunciou o abandono do pacote econômico e pediu desculpas pelos seus resultados desastrosos: “Eu ofereço minhas sinceras desculpas pela reforma cambial (...) Nós faremos o nosso melhor para estabilizar a vida do povo”, disse ele na reunião, conforme divulgou-se na imprensa sul-coreana.
Depois dessa, fica a pergunta: onde que já se viu em alguma “democracia” ocidental qualquer governante pedindo desculpas ao seu povo por seus atos desastrosos? Existe por acaso alguma “democracia” onde tais desculpas sejam transmitidas não por jornais ou televisão, mas sim diretamente ao próprio povo, através dos inminban? E qual das pretensas “democracias” do mundo capitalista possui qualquer coisa que se assemelhe minimamente a essas “brigadas populares”, onde bem ou mal o povo ao menos se vê em contato direto com seus líderes?
Fatos como esse põem em xeque as noções “senso comum” existentes sobre “ditadura” e “democracia”, e servem de alento a todos aquele acreditam que uma alternativa ao capitalismo e sua corrupta “democracia representativa” não só é necessário como possível. Se até mesmo o pior dos socialismos é capaz de dar lições de democracia ao auto-intitulado “mundo livre”, o que mais pode ser considerado impossível?
Porém, por incrível que pareça, mesmo um regime como o norte-coreano é capaz de proporcionar exemplos democráticos que não se vêem em quaisquer das ditas “democracias” ocidentais...
Tudo começou quando o governo norte-coreano decidiu realizar reformas no seu sistema monetário, visando “abolir” as relações de mercado e ceifar pequenas fortunas particulares obtidas com o comércio. O pacote econômico se revelou um desastre, agravando a crise do abastecimento e provocando enorme descontentamento popular. Como resultado, o primeiro-ministro do país convocou, semana passada, uma reunião com milhares de representantes dos inminban (ou “brigadas populares”). Cada inminban serve como uma espécie de conselho de base local, composto basicamente por 20 a 40 famílias, servindo em geral como mecanismo de fiscalização do povo e correia transmissora dos desejos do regime. Porém, dessa vez algo de diferente se viu. Surpreendentemente, o primeiro-ministro anunciou o abandono do pacote econômico e pediu desculpas pelos seus resultados desastrosos: “Eu ofereço minhas sinceras desculpas pela reforma cambial (...) Nós faremos o nosso melhor para estabilizar a vida do povo”, disse ele na reunião, conforme divulgou-se na imprensa sul-coreana.
Depois dessa, fica a pergunta: onde que já se viu em alguma “democracia” ocidental qualquer governante pedindo desculpas ao seu povo por seus atos desastrosos? Existe por acaso alguma “democracia” onde tais desculpas sejam transmitidas não por jornais ou televisão, mas sim diretamente ao próprio povo, através dos inminban? E qual das pretensas “democracias” do mundo capitalista possui qualquer coisa que se assemelhe minimamente a essas “brigadas populares”, onde bem ou mal o povo ao menos se vê em contato direto com seus líderes?
Fatos como esse põem em xeque as noções “senso comum” existentes sobre “ditadura” e “democracia”, e servem de alento a todos aquele acreditam que uma alternativa ao capitalismo e sua corrupta “democracia representativa” não só é necessário como possível. Se até mesmo o pior dos socialismos é capaz de dar lições de democracia ao auto-intitulado “mundo livre”, o que mais pode ser considerado impossível?
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